Como poderia ser a Avenida Ipiranga em Porto Alegre

Como seria bom se houvesse vontade politica de transformar um riacho ( arroio do Diluvio ) sujo e poluído, em um parque linear. A Avenida Ipiranga estabelece uma integração notável entre diversos bairros de Porto Alegre e vem concretizando-se como um corredor de serviços e comércio, crescendo de forma fragmentada e irregular, sofrendo uma acentuada transformação urbana desde a implantação dos planos diretores.

Cláudio Frankenberg, coordenador acadêmico da Faculdade de Engenharia e diretor do Instituto de Meio Ambiente da PUC-RS, explica que o Dilúvio recebe as águas de diversos pequenos córregos que a cidade foi soterrando para construir novas vias, novos bairros. Sua sub-bacia é responsável pelo escoamento de água em uma área de cerca de 83km2 – mais de oito mil campos de futebol – na qual vivem aproximadamente 446 mil pessoas, na capital e em Viamão. O que poucos sabem também é que o riacho não foi projetado para ser um grande recebedor de esgoto cloacal. Segundo o Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre (DEP), o arroio carrega este tipo de detritos de apenas três bairros de Porto Alegre até o Guaíba. Contudo, o mesmo problema de ligações irregulares de esgoto cloacal encontrado na nascente ocorre por toda a parte, nestes pequenos arroios que vão desembocar no Dilúvio, além de ocorrer diretamente no próprio.”O arroio Dilúvio é um espelho de como a cidade cuida de si”. 

Jardins filtrantes, um novo conceito de saneamento  pode ser uma ótima alternativa para despoluirmos o arroio e embelezar  a nossa cidade . A fito filtragem é uma técnica eficaz das águas cinza, aquelas já utilizadas nas pias, chuveiros e tanques são empregadas para dar descarga no vaso sanitário, para lavar calçadas e carros e para o resfriamento de ar condicionado , são despoluídas através da instalação dos jardins filtrantes, onde as plantas são o principal agente de tratamento de poluição.

Os jardins filtrantes são desenvolvidos pelo engenheiro francês Thyerry Jacquet, da Phytorestore, que desenvolveu vários projetos na China, França e até mesmo no Brasil, nas cidades de Curitiba e em Campinas. Muitos destes projetos foram premiados em concursos internacionais. Esta reutilização garante uma economia de 50% no volume total de água limpa e o sistema de esgoto passa a receber apenas metade da quantidade tradicional. Além da economia de água, há o embelezamento das cidades, de uma forma perfeitamente ecológica

O poder publico é responsável pelo planejamento integrado que favoreça o desenvolvimento urbano, mas ao mesmo tempo que tenha a preocupação com um futuro sustentável.